quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Culturas

Estive pensando nas coisas que eu mais gostaria de continuar consumindo mesmo após o mundo e a raça humana serem quase completamente dizimados por uma proteína errante, ou por um vírus inventado por uma corporação malígna, com fins de gerarem super-humanos, e conclui que os alimentos de origem vegetal que seriam mais essenciais na alimentação seriam derivados das seguintes plantas: milho, arroz, feijão, cana-de-açucar e trigo.

Assim, esse post tratará sobre alguns aspectos importantes para o cultivo desses alimentos que considero essenciais, levando em consideração apenas alguns assuntos que não serão tratados em outros posts, como espaçamento entre plantas, obtenção das plantas, melhores épocas de plantio, tempo do cultivo, clima, necessidade de água , levado em conta que  se tivesse que ir para algum lugar isolado do resto do mundo, com certeza optaria pelo hemisfério sul, e, de preferência, na região tropical, já que . A fonte consultada foi o site Criar&Plantar para as culturas de Milho, Feijão, Arroz e Trigo, além dos portais da EMBRAPA especializados em cada cultura. As hortaliças serão tratadas mais à frente na timeline do blog.



OBS: A cana de ano possui ciclo de 12 meses, e a cana de ano e meio possui ciclo de 14 a 22 meses; após o primeiro corte surge a cana-soca, de ciclo de 12 meses, que podem se repetir até 4 vezes. A cana para fins de produção de muda possui ciclo de 12 meses. Ver, na sessão "Cana-de-açúcar, a planta sem semente" outras considerações.


Algumas observações e informações importantes:


Culturas Anuais: É importante lembrar que essas culturas são anuais, ou seja, com o florescimento e o desenvolvimento dos frutos, as plantas morrem, e os restos podem ser reaproveitados, o que será tratado mais a frente, e uma nova semeadura deve acontecer, além disso, como o cultivo seria primitivo e limitado, a palavra "ideal" nesse caso, reflete sobrevivência e subsistência, e não viabilidade econômica.

Épocas de Plantio: Em plantios fora de época, a densidade de semeadura deve aumentar de 10 a 20%, mas cuidado com esses plantios, principalmente para trigo e arroz, porque o arroz precisa de umidade constante, por isso seu crescimento deve ocorrer nas épocas chuvosas, pegando os meses de dezembro à fevereiro, principalmente, e o trigo deve ter desenvolvimento dos grãos com o mínimo de chuvas, ou seja, sofrer o estresse hídrico, para que eles possam ser de qualidade e bem viáveis, e menos suscetíveis a doenças, assim a maturação deve ocorrer nos meses de junho/julho, os últimos dias do ciclo. Em qualquer caso, os ciclos vão de desde o plantio até a colheita.

Cana-de-açúcar, a planta sem semente: A cana não produz sementes viáveis, assim existe uma necessidade de produção de mudas a partir de pedaços do caule, ou colmo. Esses pedaços, chamados de toletes, devem ser provenientes de plantas que nunca sofreram cortes, chamadas de "cana-planta", e com 10 a 12 meses. A cultura destinada à produção de mudas deve ser em local diferente da cultura para fins de consumo, e deve ser suficiente para gerar toletes para a produção de cana para fins de consumo, e para uma nova produção de mudas, já que cana para produção de muda deve ser proveniente de cana-planta. É importante que o tolete esteja com as pontas cicatrizadas antes de ser colocado no sulco, além disso é recomendado que ele permaneça em local seco e ventilado até o surgimento do broto, para que possa ser visto em que sentido ele cresce, o que deve ser respeitado na hora da colocação do tolete no sulco, e para acelerar o processo, a aplicação de soluções naturais contendo fitormônios e fungicidas/inseticidas pode ajudar, o que será discutido em outros posts.

Na área reservada para fins de consumo, o corte do colmo na hora da colheita deve ser rente ao solo, acima da primeira gema, ou do primeiro nó, deixando sobrando apenas o toco, chamado "soca", que deve ser deixado na área; depois, ocorre o desenvolvimento dessa gema em um novo broto, chamado "soqueira", que crescerá e se tornará uma nova planta, a "cana-soca". Isso deve ocorrer apenas 4 vezes, um tempo muito longo, já que corresponde a 5 ciclos (quatro cana-soca e uma cana-planta) e depois do ultimo corte a soca deve ser removida e a área deve ficar em descanso durante, pelo menos, metade do tempo em que a cana esteve plantada, para que o solo se recupere, com plantas de adubo verde, ou outras plantas de alto valor biológico, que ajudem a recuperar o solo.

A área reservada para a produção de mudas/toletes deve ter as socas removidas cada vez que houver o corte, para que os toletes possam ser plantados nesse local, para gerar novas cana-planta. Essas áreas de produção de muda devem se manter SEMPRE, mesmo em épocas de descanso, ou quando as soqueiras ainda podem se desenvolver, para que a cana se perpetue em sua propriedade. Nas épocas já ditas, em que não há necessidade de toletes para cultivo de consumo, os excedentes podem ser destinados para consumo. A Rotação de Culturas pode e deve acontecer nessas áreas, para evitar desgaste da área.

Rotação de Culturas: Rotação de culturas nada mais é do que a divisão de uma área em glebas menores, geralmente de tamanhos e dimensões semelhantes, onde uma cultura sucede a outra na ocupação da gleba, e no termino de um ciclo a cultura está novamente na gleba inicial. É importante pois evita com que organismos causadores de doenças se instalem definitivamente na área, dentre outras vantagens. Geralmente existem áreas de descanso, ou seja, uma gleba sempre fica sem nenhuma cultura em sua superfície, contudo no nosso caso isso não se faz necessário, uma vez que a intercalação de gramíneas/leguminosas faz com que a cada uma ou duas rodadas o solo tenha incorporação de matéria orgânica e recuperado parte de sua reserva de nitrogênio e microorganismos. Uma possível utilidade dessas outras leguminosas é a produção de forragem, alimento para animais com dieta fibrosa, como os bovinos, mas calma que a gente chega lá! Na imagem, as regras de rotação de culturas - substituir "cultura comercial" por "cultura alimentícia", porque zumbis não compram milho, eu acho.

Os ciclos de rotação não precisam permanecer os mesmos, já que isso também faria com que patógenos, ou seja, organismos que causam doenças nas culturas, se adaptassem a isso, assim os adubos verdes convencionais podem ser trocados por outras plantas, e que também possuem alto valor biológico e/ou alimentício, como o Nabo Forrageiro (Raphanus sativus) e a Ervilha (Pisum sativum).

O arroz é uma planta que deve ser cultivada em áreas de várzea, terreno plano próximo ao rio, com solos mais úmidos, diminuindo a necessidade da nossa intervenção, diminuindo o trabalho. Caso seja plantado em regiões mais altas, necessitará de maiores cuidados, e, como já sabemos, nossos recursos são limitados. Assim, a rotação deve acontecer com uma leguminosa resistente a excesso de água, como o Feijão-de-Porco (vide abaixo).

Adubação verde: Antes da frutificação, as leguminosas usadas para adubação verde são simplesmente reviradas no solo, repondo parte das reservas de nitrogênio do solo e aumentando a dinâmica de sua microbiota.  Dentre as leguminosas usadas como adubo verde podemos citar as Crotalárias, que combatem os nematoides das galhas (Meloidogyne spp.), das lesões (Pratylenchus spp) e dos cistos (Heterodera spp.), organismos que atacam as raízes das plantas e de difícil erradicação; O Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), que além de ser adubo verde, também ajuda a combater uma das principais plantas daninhas, a Tiririca (Cyperus rotundus). É de extrema importância que, no caso de serem usadas como adubo verde, essas plantas não desenvolvam frutos, por isso são cortadas quando as flores mais novas, do topo da floração, estão abertas, porque caso contrário há risco de que elas acabem se tornando daninhas. O cultivo dessas plantas é semelhante ao cultivo do feijão, contudo requer menos cuidados, uma vez que não serão usadas para fins de alimentação, a não ser se forem forrageiras, e além disso costumam ser plantas mais rústicas.

Para quem se interessou mais sobre como as leguminosas, e somente elas, podem ser responsáveis pela adubação verde e fixação de nitrogênio no solo, pode pesquisar sobre as enzimas nitrogenase, leg-hemoglobina e sobre as bactérias nitrificantes.


Densidade de Semeadura: Valor do peso de sementes, ou do volume, ou da quantidade, que deve ser plantada por metro quadrado de área. No caso do arroz, onde a densidade está em número de sementes, esse valor deve ser multiplicado pelo tamanho da área, em m², e depois dividido pelo número de linhas, assim será obtido o número de sementes por linha, que devem ser distribuídas de maneira homogênea, então esse valor pode ser dividido pelo tamanho da linha, para obter a quantidade de sementes por metro.
Exemplo: em uma área de 100x50 metros, com espaçamento de 20 cm entre linhas, cada linha terá 45m, e existirão 5 linhas. A quantidade de sementes será: 100x50x300, ou seja, 1500000 sementes. isso, dividido por 5, será 300000 sementes por linha, e, assim 300000/45 sementes por metro de linha, ou seja, 6666 sementes por metro (bem subjetivo), e como 1000 sementes possui mais ou menos 30g, cerca de 200g de sementes são utilizadas por metro de linha.Em plantios fora de época, a densidade de semeadura deve aumentar de 10 a 20%, como já dito

Peso de mil sementes de: Feijão = 250g; Arroz = 30g; Trigo = 30g; Milho = 230g (Peneira 18;sementes pequenas) e 400g (Peneira 24; sementes grandes).



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