Primeiramente, amiguinhos, vamos revelar a nossa vencedora como fonte de fósforo mais acessível: Farinha de osso! Conveniente, não? Com um mundo infestado com humanoides semi-canibais, conseguir fósforo nunca foi tão fácil. Além disso, é uma ótima alternativa de como reaproveitar os ossos da alimentação de origem animal. Aqui vai uma palhinha de como preparar o produto de uma maneira fácil, retirada do site Jardineiro no link, muito bem escrito e explicado, inclusive tem a quantidade de fósforo nesse composto mágico.
Agora, as lindas propriedades da farinha de osso: O fosfato de cálcio ( Ca3(PO4)2 ) vai se tornando mais solúvel quanto menor o pH (ataque ácido causa solubilização) e imediatamente ocorre transformação de PO4³- em HPO²-, retirando H+ da água H2O, restando OH-, por isso ele é responsável por evitar a diminuição do pH a partir do momento em que é aplicado (poder tampão pela liberação de OH- maior quanto mais PO4³- é solubilizado pelos ácidos), por isso a aplicação da farinha de osso acontece ANTES da correção do pH do solo, e juntamente com a adubação, assim a farinha de osso consegue manter o pH na linha, e libera uma quantidade suficiente de fósforo e calcio, que fica aderido à materia orgânica da adubação, antes da correção do pH nesse tempo. A grande vantagem da farinha de osso é que ela não diminui o pH como as fontes de fosfatos industrializadas, e a liberação de fosfato e cálcio é gradual: Precisa sofrer transformações no solo para liberar seus elementos para a planta, por isso deve ser aplicado com antecedência do plantio de no mínimo 30 dias para que faça efeito. Além disso, é fonte de um pouco de K, Mg, e outros micronutrientes. A deficiência de fosforo pode ser vista em plantas quando elas se tornam "mirradas" e tem o crescimento inicial bem lento, o que atrasa todo o ciclo, além disso as folhas mais velhas desenvolvem manchas de cores variadas, principalmente avermelhadas e escuras, e tem aspecto queimado, já que ela mobiliza o fósforo disponível nessas folhas para os órgãos mais novos.
A aplicação é um pouco mais complicada, nessa altura enfrentamos um problema aparentemente sem solução imediata: quanto aplicar. The thing is that não sabemos qual a deficiência de fosfato no solo, um problema semelhante com o problema da gessagem, pela falta da análise de solo, mas a fosfatagem é extremamente importante, então consegui pensar em duas soluções: tentar fazer um experimento maneiro, reservando uma área e dividindo essa área em lotes de mesmo tamanho, e fazendo o cultivo da mesma forma em cada lote, mas com doses diferentes de farinha de osso para cada lote, e ver qual deu melhores resultados, podendo fazer isso associando quantidade de farinha de osso em relação à quantidade de adubo orgânico (FO/AO); ou seguir as recomendações dos fabricantes de farinha de osso, o que na realidade não consegui encontrar para culturas perenes e grãos, mas deve ser parecido ou semelhante à quantidade para hortaliças, provavelmente menor, inclusive. Isso é algo relativamente fácil de encontrar, basta ir até uma agropecuária e ver as recomendações na embalagem do produto. Procurei um pouco, e deve-se utilizar 1 parte de farinha de osso para 2 partes de adubo orgânico ou torta de mamona no cultivo de hortaliças, consequentemente eu utilizaria a mesma relação no cultivo dos grãos (Spoiler: utiliza-se entre 500 g a 1 kg de adubo orgânico por m² de solo, geralmente). E quanto à forma de aplicação, calma que isso será abordado no último post da série "Solos".
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